Um investimento para a vida.

O sonho da humanidade, desde os primórdios, vem sendo realizado aos poucos. A inteligência, capacidade criativa, iniciativa e persistência humana culminaram na invenção de inúmeras utilidades domésticas, comerciais e industriais. De forma que, ao longo do tempo, o homem criou mecanismos para facilitar sua vida. A tecnologia está presente no café da manhã (cafeteira, torradeira), no trabalho (automação industrial, informática) e durante toda a vida.

Não há dúvida de que as evoluções tecnológicas são extremamente úteis ao homem moderno. No entanto o objetivo primeiro, aquele que gerou a necessidade da modernização, não foi alcançado, pois mesmo com tudo à mão: ferro elétrico, microondas, máquina de lavar roupa, etc… a vida da mulher moderna não é mais fácil. Agora, mesmo com tais facilidades, ela se vê obrigada a fazer dupla jornada. No trabalho 08 horas diárias, e, em casa, utiliza facilidades criadas pelo homem para facilitar o trabalho doméstico.

No trabalho, com tanta tecnologia, os funcionários fazem sozinhos o trabalho que há poucos anos, só poderia ser executado por cinco pessoas.

Resultado: alto índice de desemprego, maior facilidade na realização dos trabalhos diários.

Hoje é possível resolver um pequeno problema do escritório através do acesso a alguns setores da empresa ou por e-mail do computador de casa. Basta abrir seu e-mail para ficar no mínimo uma hora trocando informações de trabalho.

Que beleza essa tecnologia!

A criatura venceu o criador pelo cansaço. Ela (tecnologia) não tira férias, ele (homem) também não. Ela trabalha 24 horas, não necessita de descanso, refeições, lazer. O homem moderno está quase nesse ritmo.

Descobrimos que nos tornamos escravos não da tecnologia, mas do capital.

Trabalhamos o mesmo que nos tempos antigos (ou mais), produzimos centenas de vezes mais e ainda assim não usufruímos os benefícios do excedente que produzimos.

O homem se tornou escravo de suas invenções.

Um dia, o corpo (físico) do homem moderno percebe isso, mas sua mente não, aliás, ela não admitiria tal “fracasso”. Assim, ela adoece, fica afastada da empresa, luta contra sua dor física, contribui com todo o seu potencial para a cura (criatividade, iniciativa, inteligência, persistência). Curado volta a trabalhar, corpo reciclado, mente renovada.

Descobre prazeres em pequenos gestos e situações, comporta-se diferente dos outros.

Empenha-se do mesmo jeito, mas admite que não é máquina, não vê mais isso como um fracasso, mas como uma realidade a ser enfrentada. Enxerga que as pessoas necessitam de atenção, lazer, sorrisos, risos, família, descanso.

Não podemos e nem devemos frear o desenvolvimento tecnológico, ele agora faz parte da humanidade e também é um dos aspectos que realiza o homem e é uma forma dele
demonstrar todo o seu potencial criativo.

Mas podemos e devemos lidar com a nova realidade humana. Como?

Primeiro: admitindo que criamos máquinas, mas não somo como elas. Temos outras necessidades, respeitando-as. Isso não é fraqueza é sabedoria, não devemos deixar o
corpo pedir trégua.

Segundo: a partir da aceitação dessa premissa, saber curtir os pequenos momentos de lazer, pois só teremos pequenos momentos, não podemos esperar os grandes, talvez eles demorem a chegar e passaremos uma vida infeliz, em busca da felicidade.

Terceiro: manter a “cuca fresca” para aproveitar o máximo que essa maravilhosa tecnologia faz por nós e para nós.