Um investimento para a vida.

Ah! O ser humano e seu imenso orgulho sobre as crianças amadas! Encontramos em todos os lugares pais, avós, tios e outros parentes “corujas” dizendo:

– meu netinho, só tem quatro anos e já escreve o nome

– meu filho engatinhou com sete meses

– minha afilhada já andava aos dez meses.

E, diante de tantas corujices, vamos tentando ver no que nossas crianças são melhores ou mais precoces que as outras. Mas, e quando o que ocorre é o contrário: todas as crianças da mesma faixa etária já desempenham determinada tarefa e a sua ainda não consegue acompanhar. Isso pode ocorrer em qualquer idade, desde as primeiras semanas de vida.

A primeira pessoa a sinalizar alguma dificuldade, seja ela motora, de linguagem, intelectual ou social é, normalmente, alguém que tem por experiência de vida ou profissional contato com muitas crianças, portanto pode ser a avó que olhou tantos netos, a tia que é professora ou o pediatra. No entanto, a situação mais comum é, ao início da vida escolar, nas primeiras reuniões com a professora, os pais escutarem a queixa de que o filho(a) não acompanha a sala.

Essa notícia cai como uma bomba sobre as cabeças dos “corujas orgulhosos”. “Como assim, meu filho não vai conseguir aprender nada na escola?” Mas, o que deixa a situação ainda mais difícil é o longo caminho percorrido entre a descoberta da dificuldade e correta identificação do melhor caminho para amenizar/sanar o problema.

O fato de identificar a existência de uma dificuldade não dá condições ao pediatra, professora ou familiar de ajudar da melhor forma possível essa criança no seu processo de desenvolver ao máximo o seu potencial.

São inúmeros os motivos das dificuldades de aprendizagem na infância. A criança pode apresentar problemas na função motora, percepção, função visual, praxias, vísuo-construção, linguagem, atenção, memória (visual e auditiva) e processo intelectual.

Pode-se dizer que são muitas as possibilidades de causas para o mesmo problema: dificuldade de aprendizagem. Dessa forma, faz-se necessário descobrir qual déficit originou a interferência no processo de aprendizagem. Somente a partir dessa informação, torna-se possível o encaminhamento para o profissional adequado, onde este poderá trabalhar os motivos que levam às dificuldades de aprendizagem, capacitando a criança para desenvolver todo o seu potencial.

Dentre as possibilidades de investigação das causas dos problemas de aprendizagem está a AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA, que consiste num trabalho de investigação minuciosa das funções cognitivas: intelecto, atenção, memória, linguagem, praxias, visuo-motor e funções executivas, através de entrevistas dirigidas e testes neuropsicológicos. O resultado desta avaliação traz a(s) principal(is) causa(s) das dificuldades encontradas, possibilitando, assim, o encaminhamento para o profissional mais adequado e, também, uma orientação para a escola/professores, identificando as principais estratégias de ensino que poderão facilitar o processo de aprendizagem dessa criança.

Ressalta-se que a avaliação neuropsicológica é também indicada para casos de lesões ou disfunções cerebrais (pessoas de qualquer idade) causadas por acidentes ou doenças degenerativas, assim como para avaliar efeitos de tratamento medicamentoso ou cirúrgico.