Compulsão alimentar
O impulso de comer quase sempre está atrelado a uma necessidade fisiológica que chamamos de fome. Dessa forma o que determina a saciedade é o próprio organismo em sua complexidade. Mas, e quando o controle fisiológico não limita o ato de comer, sinalizando a hora de interromper o comportamento?
Muitas vezes, nestas situações o ato de comer transforma-se em voracidade e a pessoa só para quando se sente enfastiada, totalmente cheia. O ato voraz extrapola situações específicas e se torna um hábito dentro do cotidiano, sendo incorporado pela pessoa como algo corriqueiro e impensado.
O comportamento do comer compulsivo normalmente está atrelado ao humor, que, de alguma forma, estabelece um comportamento alimentar que não passa pela consciência do individuo, fazendo-o comer de forma compulsiva, não estando em nenhum momento correlacionado com a fome.
O impulso do ato de comer, característico da compulsão alimentar, relaciona-se intimamente com a obesidade, já que o desequilíbrio energético desencadeia acúmulo de gordura e conseqüentemente o ganho de peso.
Não existe um só fator fisiológico, psicológico ou social vinculado à compulsão alimentar, mas aspectos nutricionais, emocionais e físicos que devem ser investigados integralmente como forma de coibir tal comportamento.
Os gatilhos que tornam o impulso de comer descontrolado, quase sempre estão relacionados com as demandas não supridas da vida de uma pessoa, o que faz aumentar sua ansiedade. Tais demandas encontram-se nas esferas: profissional, familiar, social e afetiva.
As principais consequências psicológicas ficam em torno dos sentimentos de culpa pela falta de controle sobre este impulso, gerando alterações de humor e a elevação dos níveis de ansiedade, bem como a sensação de impotência frente à própria vida alimentar.
A psicoterapia busca detectar os gatilhos psicológicos dentro das esferas acima citadas, procurando melhorar os níveis de conscientização, através da compreensão da dinâmica da personalidade. Desta forma, busca melhorar gradativamente a qualidade de vida dentro da multidisciplinaridade, objetivando a aderência a um novo estilo de vida menos traumático.