Um investimento para a vida.

Muitas questões são levantadas com relação à saúde do homem contemporâneo, este que contempla a tecnologia, mas sofre de males, que num passado não muito distante, não passavam de frutos de uma imaginação. Para nomear tais problemas, surgiram termos como: “o que ela tem é frescura”, “está doença não existe”, “está com mal olhado”, “está fazendo corpo mole”, “está sofrendo dos nervos” enfim expressões que em nossa cultura regional eram vistas como uma forma de descrever problemas não aparentes, aqueles que não são detectados por exames, nem diagnosticados pela experiência médica. Eles já existiam, mas não haviam sido criados termos técnicos para diagnóstico destes quadros somáticos.

Com o passar dos anos, foram surgindo termos mais científicos, tais como: estresse, ansiedade, síndrome do pânico, fobias e manias, saindo da literatura e ganhando a população de forma generalizada, caindo no vocabulário das mais diferentes classes sociais.

Tudo isso foi importante para criar padrões de comportamentos que melhor conotavam tais quadros.

A questão relevante é que estas expressões viraram sinônimos de doenças, daquelas que não têm cura convincente pela prática alopática, ou ainda, saindo da razão e ganhando a fantasia de curas milagrosas, tais como simpatias ou quiromancia por exemplo. No entanto, a realidade é que tais práticas surtem resultados para algumas pessoas, mas dependem muito do grau e da intensidade dos sintomas.

Quem nunca sentiu as mãos trêmulas, um frio na barriga, medo de uma situação nova, ou ainda de se expor para um público, ou a inevitável sensação de vazio diante alguma pergunta indesejável. Estas são características comuns a qualquer pessoa, independente de seu status social, financeiro ou religioso.

Pode-se inferir, que em vez de usar termos que antes eram baseadas no senso comum, hoje são usadas expressões modernas como: ansiedade, depressão, estresse….. Quem já não rotulou alguém de ansioso? Ou ainda, quem já não se diagnosticou como ansioso?

Tem que ser feita uma distinção entre estresse e ansiedade. No primeiro caso, devemos entender o estresse como um estado crônico (os sintomas persistem por um longo tempo), como irritabilidade, insônia, dores musculares e sentir-se sempre cansado. Já a ansiedade fazem parte de uma característica individual, como exemplo: “sempre sentir-se atrasado para algo”.

Podemos notar que quando falamos que um indivíduo é ansioso, não estamos necessariamente dizendo que ele sofre de algum mal, já que a ansiedade faz parte de nosso organismo como uma força motivadora, para tomada de decisões ou reações, como por exemplo: tirar carta de motorista, casar, uma promoção ou mudança de emprego, a espera de um filho, ou simplesmente paquerar, tudo isso só é possível graças à ansiedade que em grau certos, caracteriza uma boa qualidade de vida, mas que em exagero pode provocar a fadiga do organismo levando ao surgimento de possíveis doenças crônicas.

O organismo reage sempre que precisa se adaptar a alguma coisa nova, seja ela concreta ou abstrata, fazendo com que este se adapte, nem sempre de maneira benéfica para o organismo, onde pode surgir o aparecimento de vícios e dependências, como uma tentativa de controlar a ansiedade. Tudo isso nos remete à questão do auto-conhecimento, para que se possa através dele desenvolver novas habilidades para sobreviver diante das situações, que muitas vezes em um primeiro momento podem parecer complexas demais para se adaptar.